sexta-feira, março 24, 2006

O mito da caverna



O Mito da Caverna

"Imaginemos homens que vivam numa caverna cuja entrada se abre para a luz em toda a sua largura, com um amplo saguão de acesso. Imaginemos que esta caverna seja habitada, e seus habitantes tenham as pernas e o pescoço amarrados de tal modo que não possam mudar de posição e tenham de olhar apenas para o fundo da caverna, onde há uma parede. Imaginemos ainda que, bem em frente da entrada da caverna, exista um pequeno muro da altura de um homem e que, por trás desse muro, se movam homens carregando sobre os ombros estátuas trabalhadas em pedra e madeira, representando os mais diversos tipos de coisas. Imaginemos também que, por lá, no alto, brilhe o sol. Finalmente, imaginemos que a caverna produza ecos e que os homens que passam por trás do muro estejam falando de modo que suas vozes ecoem no fundo da caverna. Se fosse assim, certamente os habitantes da caverna nada poderiam ver além das sombras das pequenas estátuas projetadas no fundo da caverna e ouviriam apenas o eco das vozes. Entretanto, por nunca terem visto outra coisa, eles acreditariam que aquelas sombras, que eram cópias imperfeitas de objetos reais, eram a única e verdadeira realidade e que o eco das vozes seriam o som real das vozes emitidas pelas sombras. Suponhamos, agora, que um daqueles habitantes consiga se soltar das correntes que o prendem. Com muita dificuldade e sentindo-se frequentemente tonto, ele se voltaria para a luz e começaria a subir até a entrada da caverna. Com muita dificuldade e sentindo-se perdido, ele começaria a se habituar à nova visão com a qual se deparava. Habituando os olhos e os ouvidos, ele veria as estatuetas moverem-se por sobre o muro e, após formular inúmera hipóteses, por fim compreenderia que elas possuem mais detalhes e são muito mais belas que as sombras que antes via na caverna, e que agora lhes parece algo irreal ou limitado. Suponhamos que alguém o traga para o outro lado do muro. Primeiramente ele ficaria ofuscado e amedrontado pelo excesso de luz; depois, habituando-se, veria as várias coisas em si mesmas; e, por último, veria a própria luz do sol refletida em todas as coisas. Compreenderia, então, que estas e somente estas coisas seriam a realidade e que o sol seria a causa de todas as outras coisas. Mas ele se entristeceria se seus companheiros da caverna ficassem ainda em sua obscura ignorância acerca das causas últimas das coisas. Assim, ele, por amor, voltaria à caverna a fim de libertar seus irmãos do julgo da ignorância e dos grilhões que os prendiam. Mas, quando volta, ele é recebido como um louco que não reconhece ou não mais se adpata à realidade que eles pensam ser a verdadeira: a realidade das sombras. E, então, eles o desprezariam.... "
Bem, depois dessa reflexão do Mito da Caverna do filosofo Platão, restam varios pontos a serem comentados. Por exemplo: Quais são os tipos de cavernas que hoje podem nos afastar de viver a realidade ? Particularmente você ja viveu algum tipo de experiência que se assemelha com o mito da caverna ? Se sim, por quais fases você passou ? O que e realidade para você ?

2 comentários:

Anônimo disse...

PHHHHHH... adorei o mito da caverna! Ainda bem que eu nunca passei por uma fase como a dese mito, mas não é impossível! Aliás, é bem simples de passar por isso. Hoje as pessoas são tão apegadas apenas ao seu próprio eu interior, que todo o restante passa a ser superfulo, ou até mesmo dispensável.
Espero que vc esteja bem, ok????
Take care!
xoxoxo
Annita

Anônimo disse...

Paulo querido, na área em que atuamos (educação) o mito da caverna se faz presente cotidianamente, o medo do novo carregado anos a fio pela tradição das escolas permeia nosso trabalho e atitudes, sinto que é mais presente nos mais velhos pois a inquietude da juventude não permite crenças absolutas o problema é que para estes falta conhecimento e prática. Hoje os jovens são mal formados e só a ousadia não basta para quebrar mitos ou romper barreiras e o preço que se paga por uma educação de qualidade está fora do orçamento da maioria de nossos jovens.Esta não é uma carta de desistência, continuo acreditando na transformação das pessoas e mesmo parecendo louca entro na caverna para buscar aliados todos os dias.